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Mostrando postagens de agosto, 2017

128 de Cora.

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Os meninos verdes.

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— E a estória dos Meninos Verdes, vovó? — Então vocês querem saber a estória dos Meninos Verdes? Mas não é uma estória, é um acontecido. Me pediram para não divulgar o assunto, esperando para ver oque acontece, porque o caso é muito sério! Vou contar só pra vocês. Foi assim: “No quintal da Casa Velha da Ponte sempre tivemos horta com verduras, legumes. Também pomar com árvores de frutas variadas e jardim com flores.” O quintal é o mundo de seu Vicente, um homem que viveu sempre plantando, cultivando, colhendo. É prestadio e metediço. Certo dia, entre plantas que nascem lá, boas ou más, apareceram duas plantas diferentes. Seu Vicente estranhou, queria arrancá-las. Eu disse: — Não, deixe crescer, vamos ver o que sai daí. Com o passar dos dias, as plantas se desenvolviam de forma estranha, não eram conhecidas de ninguém. Certo foi que um dia, de manhã cedo ainda, no tempo de frio, vem seu Vicente com uma cara de espanto e me diz: — Dona Cora, Dona Cora, vem ver uma coi

Cerne.

'Poetas e mendigos, músicos e profetas, guerreiros e canalhas, todas as criaturas desta indomável realidade, temos pedido muito pouco da imaginação, porque nosso problema crucial tem sido a falta de meios concretos para tornar nossas vidas mais reais. Este, meus amigos, é o cerne da nossa solidão.' Gabriel García Márquez - 'Cem anos de solidão'.

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Já chegaram.

“Virá um mundo em que todos que são bonitos serão suspeitos. E os talentosos. E quem tiver personalidade. A beleza será um insulto. O talento, uma provocação. E a personalidade, um atentado... Porque agora virão eles, de todos os lados, vão aparecer, centenas de milhares, e mais. Em todo lugar. Os feios. Os medíocres. Os sem personalidade. E vão despejar ácido sulfúrico nos belos. Vão pichar e caluniar o talento. Vão enfiar uma faca no coração de quem tiver personalidade. Já chegaram...e serão cada vez mais. Cuidado!.”  (Sándor Márai em "De verdade").

Pingos nos 'is'.

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Desde que me entendo por gente vivi entre uma biblioteca imensa de livros, letras, textos, caixas e caixas de livros didáticos e coleções dos melhores e maiores escritores brasileiros. Provas sendo mimeografadas, cheiro do álcool do mimeógrafo depois do som da máquina de datilografar do meu pai tilintar a prova. Máquina intocável que eu desejava muito datilografar, mas era meio que proibida, já que era a menor, a caçula. Criança pequena naquela época não tinha acesso ao mundo dos adultos. Mas, mesmo assim, sendo filha de professor, e ainda mais professor de português, da antiga Comunicação e Expressão, conservador, metódico e legalista, isso se amplificava. Embora no ensino médio tenha ido estudar na mesma escola que meu pai lecionava, nunca tinha sido sua aluna na mesma classe. Trazia o peso de ser filha do professor de português na escola apenas por saberem que ali na escola agora estava a filha do professor de português, exigente e quase general, que demandava, sob pena mi

Melodia.

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'Um toque de sonhar sozinho  Te leva a qualquer direção  De flauta, remo ou moinho  De passo a passo passo...'   Minha preferida. Dia triste.