Pertencer é estar, apenas? Não, pertencer é muito mais. Acredito num amor-pertencimento. Sórdidos os desencontros da vida, que de uma forma muitas vezes cruel, nos fazem aprender sobre esse pertencimento. É muito mais do que dois corpos. Muito mais. Vai de almas. De uma condição gemelar, sem condições impostas. Está cansativo o assunto de que devemos viver sem rótulos, há rótulo para o auto-pertencimento. Eu só quero coisas simples. Não acho que deva acontecer exatamente como eu imagino, mas acho que o pertencer é o mais próximo da sublimidade do que seja amor. No cotidiano, nada mais é simples, tudo tem que ser sob a tensão de abortamento deste pertencimento, infelizmente. Estamos constantemente sob a áurea tenebrosa do descuido, do descaso ético, da displicência para com o outro. Dos sorrisos temos medo, por talvez avistarem lágrimas. Todos os afagos estão num picadeiro, sempre à vista, para aplausos ou calvário. São invasões, são tensões, são evasões. Tudo o que re...