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Mostrando postagens de julho, 2013
Belong.
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Pertencer é estar, apenas? Não, pertencer é muito mais. Acredito num amor-pertencimento. Sórdidos os desencontros da vida, que de uma forma muitas vezes cruel, nos fazem aprender sobre esse pertencimento. É muito mais do que dois corpos. Muito mais. Vai de almas. De uma condição gemelar, sem condições impostas. Está cansativo o assunto de que devemos viver sem rótulos, há rótulo para o auto-pertencimento. Eu só quero coisas simples. Não acho que deva acontecer exatamente como eu imagino, mas acho que o pertencer é o mais próximo da sublimidade do que seja amor. No cotidiano, nada mais é simples, tudo tem que ser sob a tensão de abortamento deste pertencimento, infelizmente. Estamos constantemente sob a áurea tenebrosa do descuido, do descaso ético, da displicência para com o outro. Dos sorrisos temos medo, por talvez avistarem lágrimas. Todos os afagos estão num picadeiro, sempre à vista, para aplausos ou calvário. São invasões, são tensões, são evasões. Tudo o que resta são d
Cá.
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Tenho gostado tanto de não ir. Tenho gostado tanto de não ser. Tenho gostado tanto de não estar, de não sentir, de não precisar. Tenho gostado muito de não precisar dizer o que não quero dizer, nem de fazer o que gosto de fazer na hora que não quero fazer. Tenho gostado tanto das minhas ausências e das minhas presenças, prefiro ser uma francesa, branca e assustada.Tenho gostado tanto de sair de mim, apenas. Tenho gostado por demais de cair no esquecimento e de lembrar que nem preciso mais lembrar. Tenho gostado tanto de me meter em espaços fechados e apertados sozinha e esquecer que os abertos e espaçosos me causam fobia. Tenho gostado tanto de sofrer calada e rir dos meus sorrisos e dos meus devaneios. Tenho gostado tanto de me sentir impotente, mas saber que a desesperança é para os fracos e eu sou e tenho que ser forte. Tenho gostado tanto de rir de quem acha que está em um lugar, mas nem está. Tenho gostado tanto de não estar ali naquele lugar cheio de gente. Tenho gostado t
Again.
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A pessoa se muda para um lugar novo, vê aquela mocinha e aquele rapazinho começando a namorar, curtindo pagode na esquina. Ela com duas peças de roupa minúsculas sempre, que mais parecem da irmã mais nova (pelo menos 10 anos mais nova), descendo até o chão. Via na rua, nos transportes, do carro, por algumas vezes passando em frente de casa. Já os vi até brigando. Ele com aquela carinha de pagodeirinho namorador, com ares machistas. Ela, esnobando a humanidade com o ar de que é imortal, por conta da juventude em alta. Ele, se sentindo o dono da moça, mas sempre meio zangado, porque a moça fala demais, é muito espevitada, pode lhe trair. Mas gosta daquele movimento de poder ostentá-la como mais um troféu. Ela, com sua maquiagem falsificada, considera que seus atributos, que ele e a moçada da rua acham atraentes, vai dominar o mundo e conquistar todos os machos. Todos os dias, por certo, vão e vem nesse movimento, ora sexual, ora miserável em desejos. Não passam dali seus desejos. Ta
Soneto do Amigo
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Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado. É bom sentá-lo novamente ao lado Com olhos que contêm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo. Um bicho igual a mim, simples e humano Sabendo se mover e comover E a disfarçar com o meu próprio engano. O amigo: um ser que a vida não explica Que só se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica... Vinícius de Moraes