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Mostrando postagens de março, 2014

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“Somos iguais aos animais: as mesmas coisas terríveis podem acontecer a eles e a nós. Mas somos diferentes deles porque eles só sofrem como devem sofrer, isto é, quando o terrível acontece. E nós, tolos, sofremos sem que ele tenha acontecido. Sofremos imaginando o terrível. O medo é a presença do terrível não acontecido apossando-se das nossas vidas. Ele pode acontecer? Mas ainda não aconteceu, nem se sabe se acontecerá.“ - Rubem Alves, em "Palavras para desatar nós". Campinas/SP: Papirus editora, 2012, p. 154.

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Todo dia, um muito prazer.

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Eva e Ela.

Chegou o momento na vida dela em que nada mais é como antes. Antes, Eva não falava sozinha. Sentia um vazio enorme no vazio e na multidão não se sentia só. Hoje ela se sente só na multidão. E Eva fala sozinha. Naquela árvore que não dá mais frutos ela sabe que não volta mais, porque simplesmente ali não dará frutos. O sabor do fruto Eva já conhece bem e lambe os lábios só de lembrar. Para que tentar? Sua sensatez beira a um Cubismo excêntrico e disforme, que nem Picasso saberia pintar. Chegou sim, o momento em que as coisas são zero ou 10. Se forem 7, 8, já não fazem sentido ou podem passar batido. O momento é de acordar e ficar com os olhos fechados, olhando pro teto, num feriado mental eterno. Não, não há mais pressa em correr, arfar. Seus sentidos estão abertos às percepções mais idiossincráticas, mas sua mobilidade é pouca, vaga, lânguida. Ela quer cores em sua vida, cores, mas a tinta ela não vai escolher mais. Ela não quer ir mais tanto, ela quer ficar e ficar e ficar. Dos s

Leminski.

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Hoje.

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Hoje.

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"A tua voz fala amorosa...  Tão meiga fala que me esquece  Que é falsa a sua branda prosa.  Meu coração desentristece.  Sim, como a música sugere  O que na música não stá,  Meu coração nada mais quer  Que a melodia que em ti há...  Amar-me? Quem o crera? Fala  Na mesma voz que nada diz  Se és uma música que embala.  Eu ouço, ignoro, e sou feliz.  Nem há felicidade falsa,  Enquanto dura é verdadeira.  Que importa o que a verdade exalça  Se sou feliz desta maneira?" Fernando Pessoa