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Globeleza.

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Fiz um comentário no Facebook outro dia sobre isso e esse texto, simples e direto, ilustra bem. Impressionante a contradição dos nossos tempos. Elas choram, se emocionam, claro, crendo que 'estão com a vida ganha' e isso é aplaudido por uma gama de pessoas que ao mesmo tempo, luta por direitos raciais. Não vi mesmo ninguém 'reclamar' o fato de não existirem brancas para ser a Globeleza. Na verdade, não me importa muito a coisa toda, já que estou bem certa de que a maioria vai no embalo da onda, sem pensar em direito igual p*** nenhuma. Cansei de gente poser, seja preta, branca, amarela. Quero ver é igualdade de caráter, idoneidade, gentileza, educação. Tô vendo muito preto se aproveitando do cabelo duro e da cor da pele, da luta dos afrodescendentes, para agredir. E muito branco mal educado (se aproveitando da historicidade) para também agredir. Vamos instituir o respeito mútuo e acabou. Minorias que lutam por direitos iguais são legítimas, desde que imprimam o res...

Nelson Rodrigues.

Que graça tem se relacionar com alguém que não tenha expressividade e não brigue por nossa causa? Uma pessoa sem ciúme, inerte, é muito chato.

Essa tal liberdade.

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Quando entendi o que seja LIBERDADE, refiz minha história. Quis, inicialmente me encontrar dentro de mim, até conseguir pulverizar meus 'eus' por aí. Como uma faca cortante, muito cortante, tentei sublimar a periferia e entrei lá, lá dentro de mim, para, mesmo administrando  influências externas, sempre encontrar-me, aqui, dentro de mim. Da mesma forma que a liberdade sempre tem a conotação de libertinagem, resolvi que para mim não seria isso. Libertinagem me levaria ao infinito caos, sem nenhum tipo de chegada. Para que? Para me auto afirmar apenas e nada ser? Que bagagem eu traria apenas em viver tudo que a vida tem aí para me oferecer, a não ser a bagagem da sabedoria e aprendizado? Histórias para contar?  Ser livre é ter histórias interiores para contar para si mesmo, sem violentar a mim mesma com estados interiores desagradáveis. Não, viver tudo que a vida oferece não é ser livre, afinal de contas, a vida é um cosmo, infinito e eu jamais poderei alcançá...

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"Dizem que antes de um rio entrar no mar, treme de medo. Olha para trás, para toda a longa jornada que percorreu, para os cumes, montanhas, o caminho sinuoso que trilhou através de florestas e povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.  Mas não há outra maneira, não há volta, é impossível. Então lança-se a adentrar no oceano, e tão somente quando entra é que o medo desaparece. Assim, fica claro não se tratar de desaparecer-se no oceano, mas de tornar-se oceano."  José dos Santos Filho

O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente. Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida, regular como um paradigma da 1ª conjunção. Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência. Foi infeliz. Era possessivo como um pronome. E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA. Não deu. Acharam um artigo indefinido na sua bagagem. A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva o tempo todo. Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça. Paulo Leminski

Pratos quebrados.

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Minha mãe  tinha um jogo de jantar que só usava quando ia alguma visita lá em casa. Eu adorava comer naqueles pratos brancos, bordados. Gostava também de tirá-los da peça da sala e ir arrumando na mesa da sala de jantar, porque nós, da família, fazíamos as nossas refeições na copa. E com outro jogo de jantar, mais 'simples'. Decerto que minha mãe sabia o que estava fazendo, já que se usasse corriqueiramente os pratos 'das visitas' iam acabar quebrando e daqui a pouco não teria mais nenhum. Minha mãe se foi e creio que na tentativa de não nos afastarmos, olhando por um ponto de vista bem subjetivo e particularmente psicológico, dividimos entre eu, meu pai, meu irmão e minha irmã, esse jogo de jantar. Uso esses pratos, desde então.  Essa semana eles quebraram. Os últimos. Caíram sozinhos e quebraram. Todos. Num primeiro momento fiquei uns 5 minutos olhando aqueles pedaços espalhados e pensei na importância daquilo em mim. O fio que havia entre o passado e o meu prese...

Para você, filhotão!

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