Fugindo da Micareta

Prá quem curte (ou sabe ao menos como é) o carnaval de Salvador, estar nesse circuito ridículo é uma agressão.
Até o camarote, nos barracões "universitários", você encontra as mesmas caras que vê durante o ano todo, um bando de patricinha e mauricinho deslumbrado, metido a cachaceiro. Chega em casa frustradíssimo por causa disso, sai querendo "encontrar alguém", parafraseando o J. Quest e acaba beijando (ou não) uma boca conhecida.
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Passando no corredor quase polonês claustrofóbico espumante dos camarotes, estando ou não em bloco, lhe bate um medo, uma agonia, uma vontade de matar alguém. Por que será??..Será que é por causa daquelas espuminhas que as crinacinhas pequenas e grandes insistem em jogar em você?...e a claridade que tem ali dentro daquele corredor?...todo mundo lhe vendo, assistindo sua derrota, sua cachaça. Não poderiam deixar camarotes apenas de um lado do circuito?...é..não.
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E depois dos camarotes?
Guerra, morte, faixa de Gaza perde. Ou você volta ou você perde um dente ou a própria vida.
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Se num camarote, é tanto 'convidado' que você pula espremido, sobrando apenas as caras de todo dia da Axé Música, isso se conseguir ver alguma coisa.

Não...vou ali ver o mar, o por-do-dol, namorar sossegada em algum lugar e beber se eu quiser.

Comentários

Anônimo disse…
Helena,
É engraçado ver como o mesmo evento tem diferentes imagens. Claro que, pelo fato de completar agora 5 anos sem brincar micareta, provavelmente discordaria de voce em alguns pontos. Tenho uma relação institiva com a micareta. Algo meio mantra, celebração pura e simples. E para isso preciso de amigos. Estou muito triste, porque o Bafo vai sair com uma ala da Velha Guarda, 200 pessoas, meus amigos, e eu não vou poder estar por lá. Mas aguardo mais um ano. e pode ter certeza que vais me encontrar em algum xupa-catarro menor (seja o Zero Hora, seja algum outro bloco fundado, nem que seja o do eu sozinho, desde que não toque Los Hermanos...)
Cristóvão

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