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Tenho ojeriza em vias de vomitar:

- Arrocha e seus arrocheiros.
- Funk e seus funkeiros.
- Vizinhos mal-educados que ouvem esse tipo de som, que chamam de música, até bem tarde da noite e eu sempre tenho que gastar meus dedinhos e minha saliva, ligando pra polícia.
- Mulheres burras, faladeiras, conversadeiras, histéricas e vulgares...
- Homens burros, molengas, sem iniciativas, os que falam gritando (achando que estão sendo o máximo)...
- Ter que fazer o que não gosto, tipo, reunião de condomínio.

Amo, em vias de explodir de alegria:

- Azeitonas grandonas, verdes ou pretas temperadas (a PERINI da Vasco tem).
- Ouvir música clássica quando vou dormir.
- Ver a polícia chegar e acabar com a festinha do vizinho arrocheiro.
- Beber um copão de água toda vez que chego em casa, depois de subir três andares de escadas.
- Dormir num quarto bem escuro, silencioso e friozinho.
- Um namorado gentil, porém, com iniciativas logísticas necessárias sempre (espécime em extinção).

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'...todas as cartas são...'

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Cartas, ah, as cartas de antigamente. Só quem cresceu escrevendo e recebendo cartas entenderá meu saudosismo. As cartas eram ansiosamente esperadas, talvez porque fossem as respostas ao que havíamos perguntado, mas também porque eram, sim, um bálsamo finalizador e curador da tal ansiedade em recebe-las. Para mim era sempre um ritual escrever cartas. Desde pequena minha mãe me ensinou toda uma aristocrática e tradicional forma de escrever cartas, do início ao final, até à postagem. Me colocava sentada na mesa da sala grande da casa onde morávamos, pegava aquele bloco de papel que era específico para escrever cartas, com aquelas folhas fininhas, delicadíssimas, e, de início, por ser pequena, escrevia com lápis, para poder apagar os prováveis e normais erros pueris. Aos poucos pude ir escrevendo de caneta. Começava sempre e invariavelmente com o cabeçalho, tipo: "Itapetinga, 22 de novembro de 1975". Depois, cerca de 3 linhas abaixo, a saudação: "Querida prima, Lau
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