Você pode precisar voltar logo...

Não vou mais vestir todas as partes da minha armadura sempre, numa tentativa fugaz de mudar coisas, sentimentos, pessoas, circunstâncias. A vida é uma “guerra” que, entramos nela sem querer, mas, somos levados a lutar, desbravando caminhos na maioria inimagináveis.

Pessoas foram extremamente responsáveis, (embora no momento da luta, eu não enxergasse isso), pelo meu crescimento, pelo início de um processo de auto-conhecimento, tardio, reconheço, mas determinante.

Conversando com uma dessas peças fundamentais desse meu início de processo, percebi que usei tantas armas e vesti tantas peças de armadura para ir à “batalha”, desconhecidíssima e nova, claro, que, ao conseguir sair da batalha, deixei para trás coisas pendentes, que tive que voltar para buscar e lutar de novo. E a armadura pesava tanto que me fez cansar. Porque, tamanha era minha ânsia por “ganhar” a guerra, que acabei deixando pedaços podres de pessoas, que precisavam ser enterradas, cadáveres igualmente, casas destruídas demais que precisavam ser reconstruídas, pessoas semi-mortas, que deveriam viver. Hoje, depois de anos, relembrando, olhando as cicatrizes e as reconstruções que fui obrigada a fazer, olhando as pessoas que tive que voltar e tratar, o meu ego que tive que quebrar, tendo que humildemente pedir perdão e enternecidamente ressucita-las em mim e em minha vida, vejo que também tenho que saber usar as armaduras, que suas peças devem ser montadas a depender da guerra a ser travada. O poder bélico de cada guerra dessa, é que conta. Mesmo protegido até os dentes, você destrói tanto....Há que se ter cuidado com o peso da armadura....você pode precisar voltar...