Eu fui...maravilha!

Acabei de chegar do que eu chamaria de orgasmo intelectual e cultural. Se eu já gosto de ter orgasmos, imagine...Acabei de chegar de uma apresentação de Raimundo Sodré, no bar do querido Asa Filho, "Cidade da Cultura", no João Paulo II. É, Raimundo Sodré, aquele "da massa da mandioca, mãe", que, quando eu era criança, ficava vendo ele cantando, com um pilão, na "Rede Grobo", como disse hoje um dos que estavam lá...hehehe...Além disso, minha admiração passa por tantas outras vertentes, lógico...é algo que me emociona muito pela simplicidade musical, envolvente, regional, nordestina, do sangue. Estavam lá muitos outros expoentes da musica local e regional e ninguem menos que o nacional Zé Rodrix! Pense aí numa mulher deslumbrada? Estou eu. Muitos amigos, música, tarde de sol lindo de sábado, docilidade, Sodré. Valeu!
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Raimundo Sodré, hoje aos 55 anos de idade, é um dos talentos brasileiros, que conseguiu um estouro nacional, em 80, com a música A Massa e LP homônimo, uma composição dele e Jorge Portugal.
O sucesso da canção foi tamanho que favoreceu as vendagens do LP que ganhou um Disco de Ouro pela vendagem de mais de 100 mil cópias.
Apesar de ter lançado mais dois trabalhos de consistência nos dois anos seguintes, consta-se que o impacto nunca foi o mesmo. Também isso não significa dizer que parou por aí, pois ele fez tournês internacionais. Nascido na cidade de Ipirá, no Recôncavo baiano, sempre teve sua música recheada de nordestinidade, principalmente a derivada da música do Recôncavo, além de cunho popular, porém, recheado de uma lírica de primeira qualidade.
Conhecido como o "poeta do Recôncavo", desde cedo já bebia na fonte do imenso caldeirão cultural da região onde cresceu. Antes de despontar para o Brasil com o hit A Massa, terceiro lugar no Festival MPB, seu caminho não foi fácil.
Largou a Faculdade de Medicina em 1972 e foi morar em São Paulo, vivendo de aulas de violão e shows em barzinhos. A carreira só começou a engrenar quando passou a fazer algumas apresentações em casas noturnas de São Paulo. Sodré é um seguidor de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, mas tem uma especial atenção com a base rítmica da sua música.
Sua formação musical inclui um contato íntimo com a percussão, uma vez que a mãe e a tia participavam dos ritos de Candomblé e, desde os sete anos, Sodré aprende a tocar os três tipos de atabaques: o lê, pi e rum, do mais agudo ao mais grave, respectivamente, dentro da cadência para a evocação dos orixás.
Mas tudo não se resume a isso. Nomes da música pop internacional, como Beatles, Elvis Presley e Little Richard são outro eixo de influência na sua formação musical.
Seu trabalho de composição como músico é embasado pelo seus recursos na utilização do violão e da viola de 10 cordas, onde demonstra sutileza e originalidade na "mão esquerda", enquanto descarrega todo seu "feeling" rítmico na mão direita.
Depois de uma vitoriosa turnê pelo Brasil, Sodré faz sua primeira incursão no mercado internacional, ao se apresentar em um festival de percussão, em Nova Iorque (Estados Unidos).
Em 83, participa do Festival de Música Francesa, realizado em Paris, sendo o primeiro artista brasileiro convidado para o evento É convidado para participar do carnaval da cidade de Nice (França), em 90. Decide se radicar no país por encontrar melhores condições de levar adiante seu trabalho.
No mesmo ano, faz a primeira turnê pela Europa que começa por Paris no "Le Carnaval Brésilien" no Cirque d'Hiver onde retorna no ano seguinte. A vivência européia de Sodré ampliou seu leque estético, mas não soterrou o menino de Ipirá criado no Rencôncavo baiano.
Sua experiência criou novas parcerias como a do nigeriano M'Ban Zamba e revelar temas como em Carte de Se Jour e La Seine que fala sobre a necessidade de adquirir o visto de permanência e aprender um novo idioma para sobreviver num país estranho.

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