..calor, sono e perdão.

Fiquei cansada hoje, perdi o sono e já é meia-noite.

Só que na minha mente, a satisfação de um cansaço válido, pertinente, graças a Deus.
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Canso também de ficar na cama, rolando com calor prá lá e prá cá (enquanto não compro meu desejável ar-condicionado, prá me tornar que nem um "gato de hotel", como me falou meu sócio e amigo sobre mim, quando concretizar esse intento, que se já gosto de dormir, imagine quando compra-lo...ri muito) e resolvo levantar prá trabalhar. Porque a mente fervilha. E as idéias saltam dos olhos e a noite vira dia. Ao mesmo tempo, diante do que penso, racionalmente, me vem à mente algumas contemplações romantizadas.
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É, fiquei pensando em como já esqueci tantas coisas do passado. E em como é bom você ter a capacidade de perdoar, de olhar nos olhos de quem já lhe foi oposto, injusto e, muitas vezes sem motivos, lhe fez algum mal. O perdão realmente é um sentimento muito nobre. Creio que um dos maiores e mais nobres sim, porque exige de você um rebuliço mental, uma lobotomia sentimental, um esquartejamento do seu ego, a fim de que você se sinta bem, só isso, consigo, com sua consciência. E é prá poucos. Prá muito poucos. Já tive que ser perdoada e não fui (me deram o perdão, mas senti que não era de verdade), já tive que ser perdoada e fui (nossa, que sensação gostosa!), já perdoei..e como já perdoei. E sei que tem pelo menos uma duas pessoas que ainda tenho que perdoar, e se não conseguir faze-lo, que pelo menos essas pessoas fiquem bem longe, sejam felizes longe de mim, prá que eu não precise ser falsa com elas. Jesus ensinou, quando veio aqui, ao homem, principalmente, a perdoar. Impressionante é que quando mais precisei do perdão dos seus seguidores, não encontrei. Ou seja, Cristianismo sem perdão não existe, então, prá que tá dentro da igreja, exigindo outras coisas, se não há esse ingrediente principal? Eu sou do bem, sou bonzinho, mas, na hora do "vamo ver", cadê? E não adianta vir prá cá com a balela que "eu perdôo mas não esqueço". Que que tem não esquecer? Lembre mil vezes, mas perdôe. Sem querer ser piegas, uma vez fui, dentro dum ineditismo, permitido por mim, claro, traidíssima por um namorado. Peguei no flagra. Com a boca na botija mesmo..hehehe..Minha cabeça deu um nó e foi sim..é..tudo aquilo que voce ta aí imaginando mesmo que foi. O tempo fechou, separação, fim de namoro..mas...ah...o tempo...esse santo remédio...me pergunte qual nome tem escrito "Fulano love", na agenda do meu celular ainda hoje? O desse traidor fatal!..é..dele mesmo. Né porque não tenho vergonha na cara não. É porque um dia eu vi que ele não é melhor nem pior que eu em nada. Depois de algum tempo, nos reencontramos diferentes e nos perdoamos, porque eu também não fui a única vítima. Um dia, uma pessoa que trabalha comigo hoje, e jamais esperaríamos trabalhar juntos, criou uma celeuma monstra por causa de um provável trabalho que iríamos fazer. Nada deu certo pro lado dele, discutimos e criou aquele clima. Tempos depois, agora, estamos trabalhando juntos. Nossos olhares não se cruzavam, ele achando que eu iria tocar no assunto, eu também, mas...que nada. Ele é um excelente profissional, não temos amizade demais, mas nos respeitamos dentro de um limite que prá mim beira o mais perfeito convívio, já esboçando sorrisos e troca de amabilidades. Eu esqueci? Não. Ele também, por certo, não, mas, vamos ter que viver a vida inteira com um espinho enfiado nos nossos corações? Nada, isso não é comigo. O passado já passou. Acabou, ficou lá. Se há algo que eu possa fazer prá que ele seja esquecido e que precise ser esquecido (porque tem passado que adoro lembrar..hihihihi), vou faze-lo.

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Vou tentar dormir...amanhã, ou, melhor, hoje, vou tentar fazer do passado cada vez mais passado, só me ensinando, ensinando, ensinando...

Que calor!