Trash.
Há uns dois anos que estou sem carro. No início, depois que voce passa sua vida toda tendo um e passa a não ter mais, é muito ruim de se acostumar. A independência que o carro lhe proporciona pra uma infinidade de coisas é deliciosa, mas, os custos de manutenção são altos e só terei outro quando puder, de forma tranquila, sustentar. Passou algum tempo e até me acostumei. Gosto de andar. Mas, já estou cansando...cansando mesmo de andar e, o pior de tudo, de depender de transporte público. Andar de ônibus é realmente martirizante. Odeio depender de nada nem de ninguem e, esperar num ponto de ônibus, é mais que ruim pra mim, é torturante. Taxi nem cogito porque é caro e os serviços de Motoboys, detesto, só em extrema necessidade. Hoje mesmo fiquei pensando que paguei quase todos os meus pecados. Saí do meu novo trabalho, fui pra um ponto de ônibus extremamente movimentado numa avenida também muito movimentada e, cansadézima, de virote, (porque fui pro show ontem em Santo Amaro de Maria Betania e voltei direto pro trabalho), num sol escaldante, sem almoçar, ainda na TPM e lá, além de ter que suportar trezentos e noventa e dez mil vendedores de vales-transportes lhe oferecendo importunadamente os vales, sendo que voce, óbvio, se quisesse um, a primeira coisa que faria seria procurar logo um deles, e, eles vendo o vale na sua mão, continuam a, irritantemente, gritar no seu ouvido. Um, quando veio me oferecer pela terceira vez, baixei os óculos escuros e disse, olhando bem no olho dele, bem de perto: "Guarde bem essa cara, porque voce ja me ofereceu essa po... desse vale 3 vezes. Não....quero...comprar...seu vale, caralho!" Ele saiu de perto sem dizer nada e não o vi mais. Sou ruim? Não entendo a desigualdade social? Posso até não ser de todo boazinha, mas, sinceramente, bom senso também se deve ter, seja em que classe social for, diante de que necessidade for ou que voce esteja atravessando. Custa ser mais discreto?... como uma moça que fica sentadinha no ponto onde pego de ida pro trabalho, que sempre é mais sossegadinho. Parece ja uma lojinha, quem quer vale, chega e compra e ela não tem mais concorrente, já que as pessoas só querem comprar nela. Bem, mas o que eu vou contar não é nem sobre isso.
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Lá vou eu... chega, depois de uns 40 minutos de espera, eu já orando, pedindo a Deus um milagre em tantas coisas que preciso, principalmente pra aturar a humanidade, e, perguntando a Ele se tô passando por "provas", etc, porque estou mesmo tendo muitas nuvens cinzas rondando as vezes (risos), até dor de estômago, senti essa semana..oxe..não sou assim não, papá!...Bem, chega um dos onibus que pego pra voltar pra casa. Vazio. Olhei de fora e achei legal estar vazio. Subia à minha frente, uma mulher, físicamente problemática (odeio o termo deficiente físico). Ela era visivelmente doente também (já que deficiente físico não é doente, na maioria das vezes). Subiu a escada do ônibus com muita dificuldade, mas muita mesmo. Era gorda e parecia qu não tinha mobilidade nem sustentação e controle das pernas. Ela segurou nos ferros que seguramos pra subir nos ônibus e colocou ali toda a sua força, pra erguer cada perna e o corpo, pesadíssimo. Bem, ela sentou na primeira cadeira e eu passei. Sentei, até troquei de lugar, curtindo o ônibus vazio. Mas, chegando num terminal central que tem aqui agora, veio uma multidão pra entrar. Que eu nem acreditei. O mau cheiro que subiu, o barulho, as pessoas gritando, uma mãe empurrando o filho, o filho abre o berreiro, uma moça que sentou junto a mim, e achei que ela iria sentar no meu colo, tamanha falta de educação no jeito de sentar..Eu contando até dez repetidamente, controlando minha respiração, lamentando porque hoje não levei meu MP3 pra ouvir no ultimo volume e não ouvir mais nada, absorta em meu mundo...
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Lá vou eu... chega, depois de uns 40 minutos de espera, eu já orando, pedindo a Deus um milagre em tantas coisas que preciso, principalmente pra aturar a humanidade, e, perguntando a Ele se tô passando por "provas", etc, porque estou mesmo tendo muitas nuvens cinzas rondando as vezes (risos), até dor de estômago, senti essa semana..oxe..não sou assim não, papá!...Bem, chega um dos onibus que pego pra voltar pra casa. Vazio. Olhei de fora e achei legal estar vazio. Subia à minha frente, uma mulher, físicamente problemática (odeio o termo deficiente físico). Ela era visivelmente doente também (já que deficiente físico não é doente, na maioria das vezes). Subiu a escada do ônibus com muita dificuldade, mas muita mesmo. Era gorda e parecia qu não tinha mobilidade nem sustentação e controle das pernas. Ela segurou nos ferros que seguramos pra subir nos ônibus e colocou ali toda a sua força, pra erguer cada perna e o corpo, pesadíssimo. Bem, ela sentou na primeira cadeira e eu passei. Sentei, até troquei de lugar, curtindo o ônibus vazio. Mas, chegando num terminal central que tem aqui agora, veio uma multidão pra entrar. Que eu nem acreditei. O mau cheiro que subiu, o barulho, as pessoas gritando, uma mãe empurrando o filho, o filho abre o berreiro, uma moça que sentou junto a mim, e achei que ela iria sentar no meu colo, tamanha falta de educação no jeito de sentar..Eu contando até dez repetidamente, controlando minha respiração, lamentando porque hoje não levei meu MP3 pra ouvir no ultimo volume e não ouvir mais nada, absorta em meu mundo...
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...num determinado momento, escutei um grito la na frente do ônibus. Um grito de muita dor e pavor. O pânico tomou conta do ônibus e o cobrador pulou da cadeira pra acodir a tal moça, "deficiente", que simplesmente havia prendido o pé na porta e, gritou e demaiou! As pessoas queriam ver o que tinha acontecido e eu não acreditava que eu estava ali. Não que eu me sinta melhor que ninguem, mas eu não mereço isso..hehehehehe. Parece que as pessoas todas que estavam ali, naquele barulho, ensandecidas, adorando a balbúrdia toda, estavam curtindo aquilo, acostumadas, e eu, não! Uma mulher começou a gritar que queria justiça, que todos deveriam se unir para que a empresa de ônibus e o motorista fossem levados a julgamento, fossem, denunciados (claro, não nessas palavras a senhora disse isso). Fiquei pensando na hora na irresponsabilidade da familia dessa moça em deixa-la sair sozinha. O ônibus fazia mesmo o percurso que passa em frente a um hospital, e, parando, tres homens tiveram que descer com essa criatura nos braços, desmaiada, para prestar socorro. Enquanto isso, dentro desse ônibus eu já estava quase chorando de tanta agonia, mais interior do que exterior, ja que a loucura já tomava conta do mesmo. O motorista desceu pra ajudar, a polícia chegou prá ver porque o buzu estava estacionado em lugar impróprio, as pessoas "bem-educadas" (pra não dizer ao contrario) gritando, e eu suada e arrasada, com mão no queixo, olhando aquilo tudo, quietinha, detras dos meus habituais óculos escuros. O que tinha que ser feito, foi feito. Levaram a moça, eu quase descia e ia andando, mas, o motorista voltou e disse que estaria fazendo o "balão" dele normal e que voltaria para ver o resultado do atendimento. Eu sou uma pessoa ruim, omissa, egoísta, podem me chamar do que quiserem, mas... Eu só queria sair dali, ir embora, estar dentro do meu carrinho de novo, agilizando minha vida, fazendo valer meus estudos, meu suor, minha dedicaçao ( e a de meus pais que trabalharam tantos anos pra ver a filha deles numa boa). Não, eu não tenho vocação pro altruismo exagerado e pra filantropia. Fico comovida com a injustiça, mas, se eu disser que adoro estar num lance desses, vou estar sendo a mais demagoga de todas as criaturas. Vou sim, trabalhar dobrado, continuar pedindo a Deus um milagre, força, e saude. Porque só assim mesmo, com tudo junto, ou separado, vou comprar meu transporte de novo, pra me livrar dessas situações que só me deixam desgastada e numa paranóia moral, porque nao posso mudar a humanidade e, sendo estudiosa e observadora da mesma como sou, ao longo dos séculos, onde essa, especialmente essa humanidade só se degenera, sinceramente, não serei a Madre Teresa de Calcutá nunca. Ela foi quem ela foi. Deixa eu ser quem sou. E, de preferencia, daqui a uns tempos de novo, sem precisar de ônibus, e livre de tanta gente, porque gente demais, ja disse aqui, não é meu forte e tá ficando cada vez menos. O tal ônibus foi ficando vazio, as pessoas descendo e eu fui segurando o choro. Quando desci no meu ponto, já nao aguentava mais. Eu sei que meus problemas são menores ou nenhum, em vista de uma figura como a tal que prendeu o pé e desmaiou, ou das pessoas que gritavam ali, feias, suadas, fedidas, desinformadas, mas, tenho que estar aceitando as condições que me são impostas, pra me nivelar a elas? Minha ressaca moral é baseada nisso. Caraca...chega. Por hoje já deu. Preciso dormir, isso sim.
...num determinado momento, escutei um grito la na frente do ônibus. Um grito de muita dor e pavor. O pânico tomou conta do ônibus e o cobrador pulou da cadeira pra acodir a tal moça, "deficiente", que simplesmente havia prendido o pé na porta e, gritou e demaiou! As pessoas queriam ver o que tinha acontecido e eu não acreditava que eu estava ali. Não que eu me sinta melhor que ninguem, mas eu não mereço isso..hehehehehe. Parece que as pessoas todas que estavam ali, naquele barulho, ensandecidas, adorando a balbúrdia toda, estavam curtindo aquilo, acostumadas, e eu, não! Uma mulher começou a gritar que queria justiça, que todos deveriam se unir para que a empresa de ônibus e o motorista fossem levados a julgamento, fossem, denunciados (claro, não nessas palavras a senhora disse isso). Fiquei pensando na hora na irresponsabilidade da familia dessa moça em deixa-la sair sozinha. O ônibus fazia mesmo o percurso que passa em frente a um hospital, e, parando, tres homens tiveram que descer com essa criatura nos braços, desmaiada, para prestar socorro. Enquanto isso, dentro desse ônibus eu já estava quase chorando de tanta agonia, mais interior do que exterior, ja que a loucura já tomava conta do mesmo. O motorista desceu pra ajudar, a polícia chegou prá ver porque o buzu estava estacionado em lugar impróprio, as pessoas "bem-educadas" (pra não dizer ao contrario) gritando, e eu suada e arrasada, com mão no queixo, olhando aquilo tudo, quietinha, detras dos meus habituais óculos escuros. O que tinha que ser feito, foi feito. Levaram a moça, eu quase descia e ia andando, mas, o motorista voltou e disse que estaria fazendo o "balão" dele normal e que voltaria para ver o resultado do atendimento. Eu sou uma pessoa ruim, omissa, egoísta, podem me chamar do que quiserem, mas... Eu só queria sair dali, ir embora, estar dentro do meu carrinho de novo, agilizando minha vida, fazendo valer meus estudos, meu suor, minha dedicaçao ( e a de meus pais que trabalharam tantos anos pra ver a filha deles numa boa). Não, eu não tenho vocação pro altruismo exagerado e pra filantropia. Fico comovida com a injustiça, mas, se eu disser que adoro estar num lance desses, vou estar sendo a mais demagoga de todas as criaturas. Vou sim, trabalhar dobrado, continuar pedindo a Deus um milagre, força, e saude. Porque só assim mesmo, com tudo junto, ou separado, vou comprar meu transporte de novo, pra me livrar dessas situações que só me deixam desgastada e numa paranóia moral, porque nao posso mudar a humanidade e, sendo estudiosa e observadora da mesma como sou, ao longo dos séculos, onde essa, especialmente essa humanidade só se degenera, sinceramente, não serei a Madre Teresa de Calcutá nunca. Ela foi quem ela foi. Deixa eu ser quem sou. E, de preferencia, daqui a uns tempos de novo, sem precisar de ônibus, e livre de tanta gente, porque gente demais, ja disse aqui, não é meu forte e tá ficando cada vez menos. O tal ônibus foi ficando vazio, as pessoas descendo e eu fui segurando o choro. Quando desci no meu ponto, já nao aguentava mais. Eu sei que meus problemas são menores ou nenhum, em vista de uma figura como a tal que prendeu o pé e desmaiou, ou das pessoas que gritavam ali, feias, suadas, fedidas, desinformadas, mas, tenho que estar aceitando as condições que me são impostas, pra me nivelar a elas? Minha ressaca moral é baseada nisso. Caraca...chega. Por hoje já deu. Preciso dormir, isso sim.
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O show em Santo Amaro. Eu não iria. Uns amigos me levaram e foi uma noite muito divertida, Muitas fotos, mas um amigo vai descarregar da maquina ainda. Depois posto. Boa noite. Espero sonhar com um céu cheio de anjinhos motorizados, com carros lindos e ágeis.
O show em Santo Amaro. Eu não iria. Uns amigos me levaram e foi uma noite muito divertida, Muitas fotos, mas um amigo vai descarregar da maquina ainda. Depois posto. Boa noite. Espero sonhar com um céu cheio de anjinhos motorizados, com carros lindos e ágeis.
Comentários
Que situacao... O "negosso" eh serio, mas toh aquih me acabando de rih... Eh mesmo que eu tah vendo sua cara no meio disso tudo... KKKKKKKKKKKKKKKKKKK Eu sabia que ia chegar aquih e ler um de seus contos mirabolantes... Vc na TPM fica inspirada, alias, atacada!!!! E me sai com cada uuuuuuuuuma..... KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Mas, se preocupe nao, tenha feh em JEOVAH!!!! Seu dia tah chegando!!!!!!! Viu????? :)
Bjxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Mas espere em Deus que seu carrinho vai sair....
bjaox