Momento nada.

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O que será que representam os 'momentos nada' na vida da gente? Sabe alguns momentos que nada valem, nada representam, são nulos? Será que há alguma explicação espiritualista para eles? Passei outro dia por um momento desses e, ao contrário dos momentos que quero eternizar, me vi como dentro de um buraco escuro, nulo, vago, oco, num momento em que tudo em minha volta não me fazia em nada melhor, nem pior. Fiquei com isso em minha mente: "isso aqui é um MOMENTO NADA, mesmo". Parece que só representa a contagem do tempo da vida e passagem aqui na terra, nada mais, porque até dormindo, você não está num 'momento nada' destes. O sono é benéfico para revigorar suas forças. Eu não gosto dos 'momentos nada', mas um dia vou encontrar talvez uma resposta do porque eles existem, ah, vou...

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Cartas, ah, as cartas de antigamente. Só quem cresceu escrevendo e recebendo cartas entenderá meu saudosismo. As cartas eram ansiosamente esperadas, talvez porque fossem as respostas ao que havíamos perguntado, mas também porque eram, sim, um bálsamo finalizador e curador da tal ansiedade em recebe-las. Para mim era sempre um ritual escrever cartas. Desde pequena minha mãe me ensinou toda uma aristocrática e tradicional forma de escrever cartas, do início ao final, até à postagem. Me colocava sentada na mesa da sala grande da casa onde morávamos, pegava aquele bloco de papel que era específico para escrever cartas, com aquelas folhas fininhas, delicadíssimas, e, de início, por ser pequena, escrevia com lápis, para poder apagar os prováveis e normais erros pueris. Aos poucos pude ir escrevendo de caneta. Começava sempre e invariavelmente com o cabeçalho, tipo: "Itapetinga, 22 de novembro de 1975". Depois, cerca de 3 linhas abaixo, a saudação: "Querida prima, Lau
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Infame.

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Todo mundo que tem filho deveria ser proibido de morar em apartamento. Criança criada em cativeiro é a pior coisa do mundo! Um povo aqui no meu prédio metido a rico, por que não vai morar numa casa, pra que essas reproduções dos diabinhos da Tasmãnia possam correr, brincar e berrar, longe de quem quer ficar em paz, hein?
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