O convite, enviado com duas semanas de antecedência, era inusitado e muitos até pensaram que se tratava de brincadeira. "André e Samantha convidam para festa de descasamento, às 18h, no nosso antigo apartamento." Mas era real. O casamento terminou e, para comemorar o divórcio, o ex-casal organizou coquetel para 30 pessoas, dividindo as despesas. Nossos pais ficaram chocados e não foram. Minha prima também relutou. Todos os convidados tiveram reações negativas, mas, no final, rimos bastante - lembra a advogada Samantha Andreotti, de 33 anos. Festas de fim de relacionamento como esta viraram mania e são cada vez mais freqüentes em São Paulo e no Rio. O que antes era motivo de tristeza, e até de vergonha, hoje é símbolo de liberdade e prazer. Nos Estados Unidos e na Europa, a comemoração já faz sucesso há pelo menos quatro anos e inclui, além de comes e bebes, decoração personalizada, shows de stripper, luta-livre na lama, brincadeiras em piscina de espuma e até lançamento de dardos com a foto do ex como alvo. Tudo com direito a presentes aos anfitriões e brindes aos convidados. E viva a modernidade!
'...todas as cartas são...'
Cartas, ah, as cartas de antigamente. Só quem cresceu escrevendo e recebendo cartas entenderá meu saudosismo. As cartas eram ansiosamente esperadas, talvez porque fossem as respostas ao que havíamos perguntado, mas também porque eram, sim, um bálsamo finalizador e curador da tal ansiedade em recebe-las. Para mim era sempre um ritual escrever cartas. Desde pequena minha mãe me ensinou toda uma aristocrática e tradicional forma de escrever cartas, do início ao final, até à postagem. Me colocava sentada na mesa da sala grande da casa onde morávamos, pegava aquele bloco de papel que era específico para escrever cartas, com aquelas folhas fininhas, delicadíssimas, e, de início, por ser pequena, escrevia com lápis, para poder apagar os prováveis e normais erros pueris. Aos poucos pude ir escrevendo de caneta. Começava sempre e invariavelmente com o cabeçalho, tipo: "Itapetinga, 22 de novembro de 1975". Depois, cerca de 3 linhas abaixo, a saudação: "Querida prima, Lau
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