É muita informação, é muita coisa. Cada dia que passa, cada mês, cada ano, sua cabeça vai se tornando um grande saco cheio de bugigangas, umas empoeiradas, outras valiosas, outras tralhas imprestáveis, outras que lhe deixam envergonhado, outras que voce tem vontade de emoldurar ou empalhar de tão boas, outras que você simplesmente esquece, outras que se é necessário lembrar. Mas é muita informação. Eu vou fazer aniversário essa semana aí. Em dias de aniversário eu sempre passo já a semana num total estado de graça. Faço até charminho, tipo, que ninguém precisa lembrar, etc, mas ao menor sinal de um 'feliz aniversário', já me lavo em lágrimas. Talvez seja porque o universo de experiências a que me permito, coisas que muitos do que me conhecem até nem sabem que vivi ou vivo, e que ainda quero viver, me transformam e enriquecem meu existir e também, sem muita frescura, é muito bom um dia de lavagem, de bajulação, de acariciamento do seu ego. Que dia mais no ano fazem isso com você? Natal, não, é um tal de feliz Natal pra la, feliz Natal pra cá, que muitas vezes o Natal até já passou e tem neguinho ainda lhe desejando feliz natal. Mas no aniversario não, mesmo os que lhe felicitam atrasados, lhe desejam SEMPRE coisas boas, e eu não vou mentir que adoro isso. É uma chuva de energias boas, de orações, porque é um dia que quem não gosta de voce ou não é seu amigo, jamais vai desejar nada de bom pra voce, ao menos aparecerá. Preciso de muito pouco pra ser feliz e acho que por isso me considero sim muito feliz. Atropelo todos os dias a odiosa auto comiseração que insiste em me perseguir, porque claro, o fato de me considerar feliz não me deixa cega diante das inumeras dificuldades que me cercam todos os dias e da vontade de muitas só sentar e chorar horrores, de preocupação e luta, principalmente as que travo sozinha e Deus. É aquele velho leão a ser morto diariamente, e nem tenho a ilusão de que esse subjetivo felino será extinto, de tantos que já matei e mato, porque ele não será. Parece que se reproduzem que nem coelhos, isso sim! Sim, mas, essa semana, desde hoje, domingo, já estou me preparando para entrar na semana em que minha mãe me acordava , e claro no dia, (dia 10 de junho) com muita alegria, batendo palmas, cantando parabens (tudo pra ela era motivo de festa), embora seja muito chorona. Já fui até mais mas ainda sou, e essa semana...ufa..já sei que qualquer coisa já lá to eu, nadando em lágrimas, a maioria delas com sorrisos pelo meio. É muito bom poder estar mais um ano viva e com saúde, muito bom. É pra comemorar mesmo. E como sempre, abrir o baú de coisas guardadas na memória e começar a limpeza..é uma semana, e será o dia pra refletir, principalmente, sobre o que realmente vale a pena pra ser feliz, sobre o futuro e expectativas, tudo de acordo com a maturidade que a cada ano vai sendo acumulada. Sim, tá, são todos os dias, mas deixa eu separar essa semaninha pra amplificar isso? É, deixa, eu preciso, todo mundo precisa. Me paparique essa semana, vai, me paparique, eu vou adorar!
'...todas as cartas são...'
Cartas, ah, as cartas de antigamente. Só quem cresceu escrevendo e recebendo cartas entenderá meu saudosismo. As cartas eram ansiosamente esperadas, talvez porque fossem as respostas ao que havíamos perguntado, mas também porque eram, sim, um bálsamo finalizador e curador da tal ansiedade em recebe-las. Para mim era sempre um ritual escrever cartas. Desde pequena minha mãe me ensinou toda uma aristocrática e tradicional forma de escrever cartas, do início ao final, até à postagem. Me colocava sentada na mesa da sala grande da casa onde morávamos, pegava aquele bloco de papel que era específico para escrever cartas, com aquelas folhas fininhas, delicadíssimas, e, de início, por ser pequena, escrevia com lápis, para poder apagar os prováveis e normais erros pueris. Aos poucos pude ir escrevendo de caneta. Começava sempre e invariavelmente com o cabeçalho, tipo: "Itapetinga, 22 de novembro de 1975". Depois, cerca de 3 linhas abaixo, a saudação: "Querida prima, Lau
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