VIENA, Áustria, 30 Jun 2009 (AFP) - O mistério da identidade de Elise, para quem Beethoven dedicou em 1810 sua célebre composição para piano em La menor "Pour Elise", foi solucionado por um musicólogo alemão que afirma ter encontrado seu verdadeiro nome.
Klaus Martin Kopitz, um musicólogo alemão especialista em Ludwig van Beethoven (1770-1827), afirmou nesta terça-feira à AFP que Elise é, na verdade, Elisabeth Roeckel, uma cantora alemã que chegou a Viena nos anos 1807-08.
A cantora era irmã do tenor Joseph August Roeckel, que interpretou o papel de Florestan na ópera "Fidelio", de Beethoven, em uma montagem dirigida pelo próprio compositor em 1806, na capital austríaca.
"Elisabeth chegou com seu irmão a Viena em 1807 ou 1808, e foi rapidamente aceita no restrito círculo de Beethoven", contou Kopitz.
Em um artigo que o museu da Casa de Beethoven em Bonn publicará no ano que vem, Kopitz explica ter encontrado documentos nos arquivos da catedral de São Estevão, em Viena, indicando que Elisabeth Roeckel também era conhecida como Elise.
"No batizado de seu primeiro filho, em 9 de março de 1814, seu nome aparece como 'Maria Eva Elise', o que sugere que em Viena ela era conhecida como Elise, não como Elisabeth", disse Kopitz.
"Sabemos que Beethoven escreveu esta obra para piano em 1810, e que os dois mantinham uma grande amizade. Parece evidente, portanto, que ele tenha dedicado a composição para ela", estimou o musicólogo, explicando: "Não havia outra mulher chamada Elise ou Elisabeth na vida de Beethoven nesta época".
'...todas as cartas são...'
Cartas, ah, as cartas de antigamente. Só quem cresceu escrevendo e recebendo cartas entenderá meu saudosismo. As cartas eram ansiosamente esperadas, talvez porque fossem as respostas ao que havíamos perguntado, mas também porque eram, sim, um bálsamo finalizador e curador da tal ansiedade em recebe-las. Para mim era sempre um ritual escrever cartas. Desde pequena minha mãe me ensinou toda uma aristocrática e tradicional forma de escrever cartas, do início ao final, até à postagem. Me colocava sentada na mesa da sala grande da casa onde morávamos, pegava aquele bloco de papel que era específico para escrever cartas, com aquelas folhas fininhas, delicadíssimas, e, de início, por ser pequena, escrevia com lápis, para poder apagar os prováveis e normais erros pueris. Aos poucos pude ir escrevendo de caneta. Começava sempre e invariavelmente com o cabeçalho, tipo: "Itapetinga, 22 de novembro de 1975". Depois, cerca de 3 linhas abaixo, a saudação: "Querida prima, Lau
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