Darwin, Lamarck, Deus e Eva.
É, eu sou mulher. Tenho TPM, fico abusadíssima em algum periodo do mês, sangro pra caramba também num periodo desse mesmo mês, tendo que usar aqueles insuportáveis absorventes, esteja fazendo calor ou frio. Uso os absorventes internos, sempre à frente do tempo, claro, mas também é porque fico querendo me livrar dos externos, que são uma agressão (Não que os "O.B's" da vida não sejam).
Também sinto aquelas dores de cólicas de vez em quando, mas isso é bobagem, já que é só mais uma dor, das centenas existentes na fisiologia humana, independente de gênero (fígado, rim, cabeça..). Já engravidei e carreguei uma criança dentro da barriga por 9 quase intermináveis meses (por duas vezes apenas, graças a Deus). Já pari das duas unicas formas possíveis de se ter filhos, um de parto normal, outro de cesariana. Nenhuma destas duas formas eu aconselho, já que não morri de amores por nenhuma das duas alternativas. Pra dizer a verdade, detestei as duas.
Também sinto aquelas dores de cólicas de vez em quando, mas isso é bobagem, já que é só mais uma dor, das centenas existentes na fisiologia humana, independente de gênero (fígado, rim, cabeça..). Já engravidei e carreguei uma criança dentro da barriga por 9 quase intermináveis meses (por duas vezes apenas, graças a Deus). Já pari das duas unicas formas possíveis de se ter filhos, um de parto normal, outro de cesariana. Nenhuma destas duas formas eu aconselho, já que não morri de amores por nenhuma das duas alternativas. Pra dizer a verdade, detestei as duas.
Sou mulher e não gostei de parir, pode ser? O parto normal é algo meio sobrenatural mesmo. Sobrenatural do ponto de vista em que eu gostaria de não ter sentido dores por quase 24 horas seguidas até o rebento vir ao mundo. Que lindo, né? Foi realmente sobrenatural sentir uma dor que mais parece estar sendo cortada ao meio e resistir a isso tudo. E, claro, depois ter a recompensa do filho. Isso é a unica coisa boa da festa, porque do resto, eu não curti mesmo. Na cesariana, opção minha, foi mais 'divertido' porque o médico era meio estilo Kid Vinil e me divertiu mesmo o tempo inteiro. Se não fosse também pela anestesia peridural que é um delícia, quando se é masoquista. Eu via tudo pela luminária acima da maca, no teto, e quase tenho um treco só de estar assistindo aquele 'sangueiro' todo, os medicos enfiando a mão dentro da minha barriga, como em Allien.
Já amamentei, sentindo aquelas dores insuportáveis nos bicos dos seios, já que em cada início de amamentação os bicos dos peitos ficam em carne viva e confesso que não tive uma gota de paciência pra passar horas, a som de Enya, 'trocando intimidade' com meus bambinos. Mas eu sou mulher. Sou uma mulher normal, ora essas. Sem querer ser Leila Diniz, acho que rótulos nem estereótipos não são muito minha praia. Digo, sem medo de que me conduzam ao Gólgota, que não gostei de nada disso aí em cima. Adoro meus filhos, sou loucamente apaixonada por eles, mas jamais deixo de assumir que se tivesse outra forma de te-los, que não fosse passar por isso aí em cima, eu os amaria do mesmo jeito.
"Nossa, como voce é ruim' - dirão as mulheres normais e sensivelmente habilitadas e credenciadas. Tem carteira de mulher e dão carteirada por onde passam. Aos homens, vilipendiadamente justificam suas frescuras e instabilidades, suas alterações de humor, por conta de tudo isso que passam. Dão carteirada em cima de carteirada (pra justificar seus ganhos através do que sofrem?) Não, eu não quero precisar disso. Eu gosto de ser mulher (a la Betanea nessa musica) me aproveitando levianamente desse coletivo, não vou mentir. Mas sentir cada coisa desta, assumidamente, abomino. Odeio menstruar, detesto minha instabilidade hormonal. Detesto ter que acordar um dia sentindo ódio da humanidade, sentindo as carnes tremendo, querendo assassinar velhinhas, esperando a infame menstruação, mas depois que a infame chega, sofrer mais ainda pelas dores e aquele sangue escorrendo de dentro de mim. Aí depois, dias depois, querer abraçar a humanidade e trata-la como a um ursinho de pelúcia, meiga e carinhosamente.
Mulher é complicado demais, viaja com qualquer coisa, imagina coisas que não existem, transforma uma gota em uma tempestade e um filete de agua em um oceano. Mulher fantasia coisas e finge demais quando é colocada em cheque. Fantasia coisas que apenas foram riscadas em algum lugar, despretensiosamente. A mulher vai lá e transforma aquilo em grandes coisas, cobrando de outrem responsabilidades pelo que riscaram ali e alhures. Fingem, então, só para terem perto o que cobraram.
Mulheres são visionárias, concordo, e até aplaudo assumidamente também, sua intuição à flor da pele e seus 6 sentidos. Mas, desculpem, meninas, conheço homens muito mais sensíveis e com 14 sentidos a mais que um batalhão de mulheres juntas. Não é característica de mulheres. Aplaudo tambem a abnegação diante de tanto sofrimento físico e emocional e mesmo assim ser forte, tendo que aguentar jornadas infindáveis de trabalho. É lindo isso, né? Mas, posso querer ter nascido em meados de 1920 e ficar em casa fazendo crochê?
Adoro ter orgasmos múltiplos, mas, adoraria que não fizessem cara feia pra mim quando eu confessar que não tive nenhum. É propriedade da mulher não ter orgasmo as vezes, mesmo transando com Brad Pitt, porque se Brad Pitt não for bom de cama, não adianta. E fingir orgasmo, pra mim, é dar uma carteirada fake, e é demais pra mim. O cerne da questão é que o homem tem orgasmo a hora que ele quiser, sem muito 'cuatchá-cuatchá' e a mulher precisa de milhões de coisas pra gozar e acender o cigarro. Peraê. Darwin ou Lamarck tem alguma explicação para tanto imbróglio, tanta 'pataquada' no ser feminino? Porque a teoria Criacionista, religiosa tem, né?
Sou rápida, prática, objetiva. Não demoro pra me arrumar. Meus amigos ligam e em 10 minutos estou prontíssima, sem entender porque algumas amigas demoravam 1, 2 horas pra se arrumarem. E olhe que há homens apaixonadíssimos, tanto por elas, como por mim. Eu na qualidade de um macho e uma mulher me desse uma chá de cadeira de 2 horas, nunca mais eu olhava pra cara dela. Gosto de fazer as coisas sem necessidade dos seres masculinos à disposição, embora reconheça minha muitas vezes fragilidade física e minha ojeriza às atuações feministas demais. Conto com eles, morrendo de inveja. Freud deve explicar isso e já enxergo os psicanalistas de plantão dizendo que tenho inveja fálica. Tá bom, assumo minha patologia.
Ainda vou escrever um texto sobre os homens aqui, mas é que tenho pensado bastante nisso esses dias por conta de adentrar exageradamente e atrevidamente em alguns universos femininos, inclusive no meu próprio. Tenho amigas mulheres que simplesmente se orgulham de serem seres femininos e eu tenho orgulho de que elas sejam. Mas, se fosse pra escolher, eu teria entrado na fila dos homens, embora goste de pintar cabelos, fazer as unhas (sem precisar ir a salões, que odeio), adorar ferramentas e fazer tudo muito rapido. E olhe que não sou totalmente gay (totalmente foi ótimo..adoro chocar!) e nem estilo caminhoneira, nem de longe. É mera constatação, de que o ser mulher tem variáveis que não me agradam muito.
Pois é, Deus, mulher é bicho complicado. Deve ser por isso que, definitivamente, prefiro os homens.
Comentários
Quando a gente gosta muito de algo, a gente se ocupa mais com esse algo, e portanto acaba conhecendo melhor, ou pelo menos, tendo algumas teorias. È por isso que eu tenho várias teorias sobre as mulheres.
Uma delas é a seguinte: a mulher tem uma capacidade imensa de produzir o imaginário simbólico, e muitas vezes o simbólico é mais importante do que o concreto. Acho que é por isso que as mulheres divagam tanto, e são tão complicadas.
Mas, mesmo assim, eu jamais pensaria em desistir delas.
Beijinhos