Hora, ora, amigo.


Eu e Di, amigo querido.

Ora, e aí a gente vai nessa labuta pra ser feliz aqui e agora. Luta, ora daqui, ora dali. Ora, sem chão, ora lá dentro, no fundo do poço, ora sem razões, ora descabelados pelo vento da desonra do descrédito e da desconstrução que presenciamos no nosso ser. Ora cai, ora levanta. Ora em prece, ora em reza, ora em lágrimas.

Hora da vez. Bola da vez. Hora de enxergar, hora de ver a hora de acordar ou de adormecer um sono de carochinha e de Princesa ou príncipe. Hora de reconhecer que está sem sandálias e seus pés estão cansados. Hora de sentar e esperar o sol baixar para continuar o caminho. Ora cego, ora de cabeça baixa, ora em estado de comiseração, onde qualquer dor não se assemelha.

Tudo sucumbe e a fé despenca no abismo do descrédito. Sossobra, afunda, não há como mais avistar terra firme e  toda a sua grande firmeza cai por terra. Quando a dor revela-se forte e tudo que se quer mais é partir pro anonimato e para a floresta mais negra, sem ninguém por perto, e, ao mesmo tempo, com todas as pessoas que um dia deixaram rastros valorosos lhe afagando os cabelos ali, numa eterna contradição. Não quer e quer ser amado.

Quer e não quer estar. Quer e não quer sobreviver.

Aí ele está ali. O sopro desconcertante da brisa suave do amor. Do amigo que lhe estende a mão e lhe diz pra vir porque o caminho é cheio de pedras, de monstros assustadores (sabendo ser você um deles), mas quer ir ali com voce e jamais lhe deixaria sozinho. Mesmo assim, ele está ali. Em forma de paz, de alento, de espanto, diante de um cenário e de um panorama devastador.

Ele lhe ajuda a pegar e levantar tijolinho por tijolinho, sem nem ter noção de que está fazendo, que é reconstruindo sua existencia de novo. Ele lhe mostra que nada é impossível e ao impossível, impossível mesmo, pode-se mostrar que existem muitas portas e saídas de emergência capazes de mostrar oásis dantes nunca vistos. Mostra a você a flor bonita que um dia você pisou e a ele mesmo passou desapercebido. Mostra que suas mãos são capazes de transformar coisas podres em ouro.

Pinta com você o cenario com cores lindas que seus olhos nem podem suportar e nem das cores pintadas você sabe o nome. Ele chega e lhe abraça um abraço forte que transforma o sal em doce e o corte em cicatriz. Ora sangra com você, ora pula e canta, ora segue, ora afasta, ora corre, ora desce, ora sobe, ora come, ora grita, ora chora de rir, ora chora de chorar. Ora sofre, ora navega e não sossobra. Ora envelhece. Ora, ora, nunca morre.

...ele está ali e ora..Olha, nem precisa sempre ser na hora, ora!..mas está..sempre, na hora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O bordado - lado avesso.

'...todas as cartas são...'

Darwin, Lamarck, Deus e Eva.