Muito e Pouco.

Gente pouca, se mistura. Gente pouca, se merece. 
E ficam felizes quando o muito se afasta, dessa gente pouca.
Eu sou muito. 
Prefiro me afastar, sendo muito. 
E deixar que essa gente pouca, se lambuze, enternecidos no pouco que sabem, que sentem e que são.
E se fartem, no pouco, que, para eles, é muito.
Vai ser sempre pouco. Vai faltar o muito.
Eu sou muito e preferi me afastar do pouco, que eu queria que fosse muito.
Mas o pouco nunca vai ser muito, vai ser sempre muito, muito pouco.
E os poucos se merecem, e se voltam, querem muito pouco.
O muito vai ser sempre muito.
Muito, mas, muito mais feliz.
Não é ter pouco, é ser muito.
Essa gente pouca, é pouca porque gosta e só sabe ser pouca, achando que é muito.
Quem é muito, é muito, sendo, apenas.
O pouco quer ser muito.
O muito jamais vai querer ser pouco.
Separados por abismos, tamanhos, quantidades, vazios e cheios.
É o muito e o pouco.
O muito luta para que o pouco seja muito, mas o pouco quer continuar sendo pouco.
E gosta também dos poucos. O muito tem ciume do pouco, porque os outros poucos fazem pirraça.
Mas o pouco gosta dos outros poucos.
Cuidado, muitos! Alguns poucos querem tirar o que aos muitos lhe pertencem!
E aí, o muito sai de cena e os poucos voltam a viver dentro do pouco que sabem ser.
E o muito continua lá, sendo muito.
Mas muito, mas muito.. Muito!

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