Alguém me acorde, por favor, quando passar esse surto que está acontecendo com as pessoas? Quanto mais eu tento entender, menos eu entendo o ser humano. Quanto mais eu tento me policiar em ao menos respeitar ao outro e ser ética, respeitar sinais, dirigir direitinho, menos parece que vejo os outros fazerem o mesmo. Ah, sem querer posar de politicamente correta demais, fico extremamente irritada com a falta de bom senso, principalmente nesse trânsito amalucado das cidades. Um senhor idoso dirigindo hoje quase atropela uma moça, invadindo o sinal. Na avenida que vou pra casa, cheias de travessas e entradas para outras ruas, os carros não param mais, esperando uma boa condição para entrarem. Simplesmente vem de lá e entram, de forma atabalhoada e sem nenhum critério. E falando ao celular? E as motos e esse motoqueiros malucos que mais parecem Greemlis? E esses motorista de vans, mal educados? E andando que nem formiga ou parecendo que estão acompanhando um enterro? Direção defensiva se tornou uma premissa para quem dirige, mas, agora é necessário também uma dose de equilíbrio emocional elevada, para manter a calma, diante de absurdos, mesmo quando você tenta, tenta, andar direito.
'...todas as cartas são...'
Cartas, ah, as cartas de antigamente. Só quem cresceu escrevendo e recebendo cartas entenderá meu saudosismo. As cartas eram ansiosamente esperadas, talvez porque fossem as respostas ao que havíamos perguntado, mas também porque eram, sim, um bálsamo finalizador e curador da tal ansiedade em recebe-las. Para mim era sempre um ritual escrever cartas. Desde pequena minha mãe me ensinou toda uma aristocrática e tradicional forma de escrever cartas, do início ao final, até à postagem. Me colocava sentada na mesa da sala grande da casa onde morávamos, pegava aquele bloco de papel que era específico para escrever cartas, com aquelas folhas fininhas, delicadíssimas, e, de início, por ser pequena, escrevia com lápis, para poder apagar os prováveis e normais erros pueris. Aos poucos pude ir escrevendo de caneta. Começava sempre e invariavelmente com o cabeçalho, tipo: "Itapetinga, 22 de novembro de 1975". Depois, cerca de 3 linhas abaixo, a saudação: "Querida prima, Lau
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