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Quero voltar, e agora? Quero voltar ao tempo em que nossas conversas eram infinitas, originadas pela saudade. Quero voltar ao tempo em que a vontade de falar com o outro era tamanha, que, um telefonema e uma marcação de um encontro eram suficientes para matar essa saudade. Sim, num estado putrefáticotecnológico, digo e grito que quero voltar.
Cansamos de Whatsapp, de e-mail, de Skype ou de qualquer outra coisa que seja tão frágil. Quero de novo o olhar no olho, olhar a boca falando, a respiração, a ofegância do chegar. Virei a usuária sofredora, aonde toda a tecnologia me domina e eu tenho que absorver isso e acatá-la. Mas sinto um desejo agonizante de voltar e isso também é outra pecinha do quebra-cabeças da minha nadificação (Sartre).
As pessoas antes escreviam com o próprio punho, dava para sentir a emoção nas letras das cartas, muitas com gotas de lágrimas borrando a tinta. A espera da chegada era cercada de expectativas, adornada com todos os aparatos de agrados, doces e passeios pela cidade. Eu quero voltar, e agora? Se eu jogar meu celular fora, parar de usar as redes sociais, será que meus amigos vão me encontrar, vão me mandar recados, cartas, vão saber meu endereço, se morri, estou viva, cega, surda ou muda?
Mas não me chamem de antiquada, não. Sinto nos olhos dos jovenzinhos também essa necessidade: de aproximação, do toque, do espetáculo da harmonia da amizade verdadeira, sem amores e amizades virtuais, que a tudo banaliza. Mas eles não sabem o que é isso, muitas vezes. Mas eu sei. Os mais práticos hão de dizer que estou romantizando demais, sendo atemporal. Não, é que as manifestações exageradas de imediatismo estão descarregando os celulares e nos deixando a cada dia mais desconfiados do próximo. Quem são os amigos? Aqueles que nos adicionam em suas redes sociais e depois, na hora da reciprocidade, do carinho, do aconchego nas horas difíceis das comemorações pelas conquistas e alegrias nos destilam aquela poção mágica de decepção?
Eu quero voltar, e agora? O que eu faço? Me conformo com este século de botões, imediatismo e relações supérfluas? Me adéquo ao que está sendo a mim imposto? Rejeito a minha intuição, que me diz para não parar de ser boa, feliz, amorosa, mesmo sabendo que quero voltar? Quero voltar, e agora? Não estou encontrando saídas e obviamente terei que encontrar meus pares e, assim, encontrar caminhos, setas e desvios, se é que existem. No descarregar dos celulares, tablets, computadores, descarrego também minha energia de aceitar que, a humanidade não está melhorando, e sim, a cada dia mais se degenerando.
Sem querer ser pessimista, fatalista ou reducionista e sendo um pouquinho de cada, eu diria que, sobreviver hoje está sendo bem mais difícil do que no tempo lá que eu quero voltar. Então, eu quero voltar. Quero voltar e meu desassossego é pontual, talvez bem difícil até de explicar de um jeito bem 'humanóide'. É que o querer voltar já se torna um desejo bem diferente de qualquer desejo visto hoje em dia por aí. É fruto de uma comparação nostálgica digna mesmo de repúdio de alguns, mas de aceitação de outros, por saber que o voltar, e a pergunta - 'E agora?' - mergulha talvez num vazio.
De uma forma ou de outra, eu queria poder escrever cartas de novo, só para poder voltar. Escrever telegramas, abreviando, assim como essas mensagens de hoje nos celulares, que apagamos depois (um segundo depois). Queria ter uma caixinha de novo de cartões, recordações, de florzinhas secas nas páginas dos livros. Queria voltar, assim como não consigo acabar esse texto.
Cansamos de Whatsapp, de e-mail, de Skype ou de qualquer outra coisa que seja tão frágil. Quero de novo o olhar no olho, olhar a boca falando, a respiração, a ofegância do chegar. Virei a usuária sofredora, aonde toda a tecnologia me domina e eu tenho que absorver isso e acatá-la. Mas sinto um desejo agonizante de voltar e isso também é outra pecinha do quebra-cabeças da minha nadificação (Sartre).
As pessoas antes escreviam com o próprio punho, dava para sentir a emoção nas letras das cartas, muitas com gotas de lágrimas borrando a tinta. A espera da chegada era cercada de expectativas, adornada com todos os aparatos de agrados, doces e passeios pela cidade. Eu quero voltar, e agora? Se eu jogar meu celular fora, parar de usar as redes sociais, será que meus amigos vão me encontrar, vão me mandar recados, cartas, vão saber meu endereço, se morri, estou viva, cega, surda ou muda?
Mas não me chamem de antiquada, não. Sinto nos olhos dos jovenzinhos também essa necessidade: de aproximação, do toque, do espetáculo da harmonia da amizade verdadeira, sem amores e amizades virtuais, que a tudo banaliza. Mas eles não sabem o que é isso, muitas vezes. Mas eu sei. Os mais práticos hão de dizer que estou romantizando demais, sendo atemporal. Não, é que as manifestações exageradas de imediatismo estão descarregando os celulares e nos deixando a cada dia mais desconfiados do próximo. Quem são os amigos? Aqueles que nos adicionam em suas redes sociais e depois, na hora da reciprocidade, do carinho, do aconchego nas horas difíceis das comemorações pelas conquistas e alegrias nos destilam aquela poção mágica de decepção?
Eu quero voltar, e agora? O que eu faço? Me conformo com este século de botões, imediatismo e relações supérfluas? Me adéquo ao que está sendo a mim imposto? Rejeito a minha intuição, que me diz para não parar de ser boa, feliz, amorosa, mesmo sabendo que quero voltar? Quero voltar, e agora? Não estou encontrando saídas e obviamente terei que encontrar meus pares e, assim, encontrar caminhos, setas e desvios, se é que existem. No descarregar dos celulares, tablets, computadores, descarrego também minha energia de aceitar que, a humanidade não está melhorando, e sim, a cada dia mais se degenerando.
Sem querer ser pessimista, fatalista ou reducionista e sendo um pouquinho de cada, eu diria que, sobreviver hoje está sendo bem mais difícil do que no tempo lá que eu quero voltar. Então, eu quero voltar. Quero voltar e meu desassossego é pontual, talvez bem difícil até de explicar de um jeito bem 'humanóide'. É que o querer voltar já se torna um desejo bem diferente de qualquer desejo visto hoje em dia por aí. É fruto de uma comparação nostálgica digna mesmo de repúdio de alguns, mas de aceitação de outros, por saber que o voltar, e a pergunta - 'E agora?' - mergulha talvez num vazio.
De uma forma ou de outra, eu queria poder escrever cartas de novo, só para poder voltar. Escrever telegramas, abreviando, assim como essas mensagens de hoje nos celulares, que apagamos depois (um segundo depois). Queria ter uma caixinha de novo de cartões, recordações, de florzinhas secas nas páginas dos livros. Queria voltar, assim como não consigo acabar esse texto.
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