Sexta-feira - Fazenda Alto Bonito.

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Tenho que começar contando como minha irmã conseguiu descobrir se a a fazenda Alto Bonito ainda existia e se podíamos ir lá reve-la. Meu avô era um fazendeirão muito conhecido na região de Itapetinga e Itarantim e na ela se lembrava da Coopardo, empresa de insumos agropecuários, que meu avô sempre passava. Ligou pra lá e pra encurtar a historia, Deus mandou um anjo, um funcionário dessa empresa, Junior, que saiu perguntando a muita gente se ainda conhecia essa fazenda, que uma moça queria revisitar o passado ali. Minha irmã enviou fotos antigas. 
Em uma das tantas peças que se encaixaram nessa abençoada viagem, minha irmã acabou recebendo o contato do atual dono da fazenda, que reside em Belem do Pará e tudo parecia já escrito nas estrelas que iria acontecer. Ele entrou em contato com os caseiros e disse que as portas da fazenda estavam abertas pra nós. Que ia mandar matar um carneiro, uma galinha e fazer um almoço pra nos receber. Que alegria saborear de novo todo esse acolhimento da nossa terra! Que maravilha ouvir de novo aquele sotaque quase mineiro, aquele povo bonito, amoroso, que só falta colocar a gente no colo!
Combinamos de ir até Itarantim e de lá ir para a fazenda. Passamos na Coopardo, já que Junior estava la. Saímos cedo de Itapetinga, no caminho já começou uma emoção muito forte, pois aquela pedra, a Pedra de 3 pontas, ou o 'Cacique deitado' estava ali. Nós viajávamos na Rural do meu avô e a estrada na época era muito ruim. Atolava o carro, caía em mata-burro, e aquela pedra nos acompanhava. Sua imponência ainda nos emociona, pois era sempre assunto e sempre mostrada. A natureza não muda, nós é que mudamos tanto. 

Quando chegamos na Coopardo, em Itarantim, Junior já nos esperava com um amoroso café, pão de queijo e toda atenção. Um carinho só. Estavamos em um carro baixo e um senhor que ali estava (tambem já nos esperando, já que tudo aquilo se tornou um 'acontecimento') afirmou que não passava na estrada para a fazenda. Ficamos apreensivos, mas fomos assim mesmo. Junior se dispôs a ir conosco, o que, claro, achamos tambem um ato de muita generosidade. 
Estrada ruim, mas chegamos. 


Nem preciso dizer que já descemos do carro em prantos. Mas era um choro de muita emoção mesmo. Minha mãe faleceu aos 56 anos, muito nova. Fazia de tudo para que nós fossemos muito felizes e naquela fazenda passávamos nossas férias, com tudo de férias, brincadeiras, comilanças, tomando banho nos córregos, andando a cavalo, brincando com as crianças da roça também. Tudo de roça eu sei. Tenho o maior orgulho disso. A sede da fazenda ainda está quase da mesma forma. A entrada, o alpendre, o piso que os donos mantiveram, por ser muito lindo mesmo.Os caseiros estavam lindos, arrumadinhos, as crianças penteadinhas e cheirosas para nos receberem. Revimos o Córrego do Tatu, onde tomavamos banho, pescávamos e tomávamos carreira de vaca parida. Claro que o almoço estava já todo pronto, mesa posta, uma galinha de quintal e aquela fartura que estamos acostumados.Que amor!
Como diz a minha irmã, ganhamos a cereja do bolo, ali, através tambem de Junior, conseguimos contato com o pessoal que tomava conta da fazenda naquela época. Soubemos que moravam em Vitoria da Conquista e tratamos logo de articular uma visita, no retorno a Feira. Mas, senta que lá vem mais historia, na próxima postagem.


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