escolha
Todo mundo morto de ocupado no escritório. O café da cafeteira acabou e eu ja tinha feito duas vezes. A diretoria iria querer mais, por certo, mas, mesmo, estávamos todos bastante ocupados. Todos, menos uma das novas funcionárias. Levantei e fui fazer o processo todo novamente: busca água, troca filtro, põe o pó no filtro, derrama a água na cafeteira e aperta o botão. Só isso.
A nova funcionária estava 'assistindo' a tudo, dentro do seu quadrado hermético de afazeres, às vezes mexendo no celular, às vezes nas longas unhas, e, sempre com um sorrisinho para mim e para todos que até ensaiavam ir 'fazer' o café, para que ela, inclusive, tomasse depois também.
Perguntei se ela gostaria de aprender o processo, pois, pasme, além de treinar novos funcionários hoje nos processos tecnicos e burocráticos da empresa, temos que ensinar como fazer um café em uma cafeteira. Do alto da minha pouca paciência para essas situações, perguntei, até para ver se ela sentiria um pequeno desejo de ser GENTIL e aprender algo tão corriqueiro (pra mim, talvez).
Ela 'brincou', com um sorrisinho irônico, do alto do seu belo cabelo black, unhas grandes e style moderninho-blogueira-youtuber: 'anos passamos servindo, que tal agora ser servida?'
Ninguém riu. Não vi graça, nem onde ela perdeu pra que eu achasse. A gente só queria um ato de gentileza, um mimo, um compartilhar de ações, dentro de um ambiente totalmente aberto e versátil. Ela chamou a atenção de todo mundo para a negritude dela e para a história.
Parece que o negro precisa escolher agora: ser gentil, educado ou ser só negro-empoderado-mal-educado? Nos chamou mais a atenção a falta de empatia, de educação, generosidade (e até mesmo auto preservação no mercado de trabalho, luta de brancos e negros nesse País) do que sua negritude. Ela ligou a negritude dela à falta de educação.
Pronto, enquanto estiver perto dela, NUNCA vou deixar que ela faça um café NA CAFETEIRA. Até me livrar da minha mea-culpa, que ela mesma me alertou e até que ela, talvez saia da empresa, já que sua atitude demonstrou um desassossego no trabalho em equipe e foi norteador de um monte de coisas que não existiam. Todos fazem o café aqui, todos são iguais, temos outros negros, brancos, amarelos, velhos, novos e todos são iguais.
Ela é diferente, negra, linda, mas mal-educada. Era isso que ela queria que a gente soubesse? Que essa escolha um dia seja só uma, a de ser empático e educado com o outro, fica mais fácil e leve de se viver.
A nova funcionária estava 'assistindo' a tudo, dentro do seu quadrado hermético de afazeres, às vezes mexendo no celular, às vezes nas longas unhas, e, sempre com um sorrisinho para mim e para todos que até ensaiavam ir 'fazer' o café, para que ela, inclusive, tomasse depois também.
Perguntei se ela gostaria de aprender o processo, pois, pasme, além de treinar novos funcionários hoje nos processos tecnicos e burocráticos da empresa, temos que ensinar como fazer um café em uma cafeteira. Do alto da minha pouca paciência para essas situações, perguntei, até para ver se ela sentiria um pequeno desejo de ser GENTIL e aprender algo tão corriqueiro (pra mim, talvez).
Ela 'brincou', com um sorrisinho irônico, do alto do seu belo cabelo black, unhas grandes e style moderninho-blogueira-youtuber: 'anos passamos servindo, que tal agora ser servida?'
Ninguém riu. Não vi graça, nem onde ela perdeu pra que eu achasse. A gente só queria um ato de gentileza, um mimo, um compartilhar de ações, dentro de um ambiente totalmente aberto e versátil. Ela chamou a atenção de todo mundo para a negritude dela e para a história.
Parece que o negro precisa escolher agora: ser gentil, educado ou ser só negro-empoderado-mal-educado? Nos chamou mais a atenção a falta de empatia, de educação, generosidade (e até mesmo auto preservação no mercado de trabalho, luta de brancos e negros nesse País) do que sua negritude. Ela ligou a negritude dela à falta de educação.
Pronto, enquanto estiver perto dela, NUNCA vou deixar que ela faça um café NA CAFETEIRA. Até me livrar da minha mea-culpa, que ela mesma me alertou e até que ela, talvez saia da empresa, já que sua atitude demonstrou um desassossego no trabalho em equipe e foi norteador de um monte de coisas que não existiam. Todos fazem o café aqui, todos são iguais, temos outros negros, brancos, amarelos, velhos, novos e todos são iguais.
Ela é diferente, negra, linda, mas mal-educada. Era isso que ela queria que a gente soubesse? Que essa escolha um dia seja só uma, a de ser empático e educado com o outro, fica mais fácil e leve de se viver.
Comentários