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Mostrando postagens de fevereiro, 2014
Fio.
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"Senti que o tempo é apenas um fio. Nesse fio vão sendo enfiadas todas as experiências de beleza e de amor por que passamos. Aquilo que a memória amou fica eterno. Um pôr do sol, uma carta que recebemos de um amigo, os campos de capim-gordura brilhando ao sol nascente, o cheiro do jasmim, um único olhar de uma pessoa amada, a sopa borbulhante sobre o fogão de lenha, as árvores do outono, o banho da cachoeira, mãos que seguram, o abraço do filho: houve muitos momentos de tanta beleza em minha vida que eu disse: ‘Valeu a pena eu haver vivido toda a minha vida só para poder ter vivido esse momento. Há momentos efêmeros que justificam toda uma vida’." - Rubem Alves, em “Do universo à jabuticaba”. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010, p. 144.
Entretelasdeladora.
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Pode não significar nada pra ela, mas para mim significou muito: ela me deu aquelas telas. Telas que foram pintadas num momento qualquer dela, de profunda introspecção pictórica, em que eu entrava em sua vida de forma abrupta e, quanto a mm, abortava uma vida inteira também de forma abrupta. Ela me deu suas telas e eu sangrei de alegria. Alegria e satisfação em bater de vez o martelo de que tudo valeu a pena. Aquelas minhas escolhas valeram a pena, nem que seja por ter conhecido um universo tão lindo, cheio de visões semelhantes às minhas, num estrangeirismo e desconforto social também semelhantes, só que muito, mas muito mais criativo, na teoria e na prática. Artista sem corpo, sem matéria, só alma e arte, que fica em meus olhos, que me acalma, que sempre me faz reavaliar a vida e dar cada dia mais valor às coisas que devem ser valorizadas, com sobriedade. Quando eu retirei as telas daquela parede, aliás, quando ela pediu que eu escolhesse se queria uma grande ou duas pequena...
Com medo, com Pedro.
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Eu agora não tô mais com medo Tô com Pedro Eu agora não tô mais com medo Tô com Pedro Eu agora já tô mais com Pedro Do que com medo Eu agora já tô mais com Pedro Do que com medo Deus me livre de ter medo agora Depois que eu já me joguei no mundo Deus me livre de ter medo agora Depois que eu já pus os pés no fundo Se você cair, não tenha medo O mundo é fundo Quem quiser no fundo encontra a porta Do fim de tudo Bem junto da porta está São Pedro No fim do fundo Findo Fundo Findo Bem depois do fim de tudo o medo Do fim do mundo Bem depois do fim do mundo o medo Do fim de tudo Bem depois do fim do mundo o medo Do fim do mundo Bem depois do fim do mundo o medo Do fim de tudo Deus me livre de ter medo agora Depois que eu já me joguei no mundo Deus me livre de ter medo agora Depois que eu já pus os pés no fundo Se você cair, não tenha medo O mundo é fundo Quem quiser no fundo encontra a porta Do fim de tudo Bem junto da porta está São Pedro No fim do fundo Findo Fundo Findo.
Beijinho no ombro.
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Tenho pena das atuais de alguns dos meus ex. Devo ter pena delas, como hoje tenho pena de mim quando estava na posição delas, já que eu é que era a enganada, ludibriada. Tenho pena delas porque estão iludidas por alguns erros. Sim, alguns foram realmente erros na minha vida e numa visão bem aprofundada da coisa, diria que, sob minha permissão, invadiram minha vida e, num espaço de tempo hábil, em que meu olhar foi sobressaltado pela visão clara das coisas, consegui sair fora. Mais um aprendizado, apenas, para a blindagem necessária. Eles me ligam como ligavam para as ex, quando estavam comigo. Ex carentes, não uma ex como eu. Ou para outras, num discurso incoerente de fidelidade, de dedicação e de modernidade. O poliamor se tornou um discurso vazio e com um eco totalmente distorcido. Regras estabelecidas de que não se aceita isso ou aquilo, há a manifestação clara de ciúmes e outros sentimentos machistas e coercitivos, mas tá tudo zen , tudo bem, meu bem. Que nada, já deixei c...
20 de fevereiro
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O dia 20 de fevereiro é sempre diferente. Muita gente já passou por isso e compartilhará comigo desta falta. E não é se fazer de vítima, mas, ao mesmo tempo, sempre e sempre se sentir 'vitimada' por um acontecimento que você sempre acha que nunca vai acontecer com você, a não ser no decorrer da vida mesmo, por causa de velhice. Hoje, dia 20, faz 22 anos que minha mãe faleceu, aos 56 anos. Sim, ela era muito nova e cheia de vida. Uma vida que era estampada em seu rosto branquinho, que ruborizava até quando ria. E eu sempre me lembro dela, ainda com muita saudade. Mas a morte traz consigo uma situação de impotência e as perdas trazem consigo uma certa complacência, generosidade e altruísmo. Quando vejo meus amigos com suas mães vivas, fico pensando em como a vida deles também vai mudar quando perdê-las. Imagino que os que as tem aí, vivas, não consigam nem imaginar a dor de não tê-las perto, vivas e pulsantes. Para mim ainda é meio sem explicação e acho que t...
FIM
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"..Como é possível prosseguir sem planos? Aos vinte, assassinam-se amores, amizades, vai-se em frente como uma flecha afiada; só mais tarde se aprende quão raros são os reais afetos. Não acredito em paixões tardias, não se ama mais depois dos quarenta. É mentira. No máximo, faz-se um acordo formal, finge-se saudade, apreço, mas a biologia não precisa dos arroubos juvenis de um velho." (Personagem NETO, em 'FIM', de Fernanda Torres, página 134)