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Daniel.

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50 tons de Tudo.

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Um filme. Aquele filme que sempre passa em todos os aniversários, mas dessa vez é um filme pra la de Noir. É um filme cheio de Tarantinos e Goudarts, cheio de muita emoção e porque não dizer, chanchadas. Passa um filme como se você fosse da protagonista, mocinha, doce e lânguida, à vilã, má e sem nenhum coração. Um filme com tantas, tantas aventuras e tantos erros e acertos, que na hora que esse filme passa, nem respirar se consegue. Dos dias em que se achou que não iam acabar até os dias em que se faltou respiração, de alegria. Sim, está passando um filme, um filme com uma excelente trilha sonora, onde os músicos também dançam e são atores nas cenas principais. Um filme em que, só agora, houve a descoberta de que sou parte fundamental da Direção, do roteiro e não mais apenas atriz. E isso fez desse filme o melhor filme. Um achado, uma Graça, uma alegria sem fim e inabalável. Um filme de uma vida cheia de vivências interiores sutis e explícitas, impressionantes e impressioná...

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Um lugar escuro, sombrio, com uma rampa de entrada imensa, os espaços reservados para as garagens de cada carro muito apertados, separados por pilastras de sustentação, daquele lugar que mais parecia um calabouço de filmes antigos. O cheiro era de mofo e umidade. A garagem que alugamos para guardar nosso carro e eu teria que retirar o carro e guardar todos os dias, ainda aprendendo a dirigir, era esse. Quando casei (ainda muito nova), a casa onde morávamos não tinha garagem e tivemos que alugar uma garagem numa quadra próxima. Recebi uma ligação do marido que havia tido um pequeno acidente e seu pé havia sido imobilizado e eu teria que ir buscá-lo no trabalho. Como sempre fui muito abusada, embora não soubesse dirigir ainda de forma que soubesse também tirar e colocar o carro daquele lugar e embora estivesse morta de medo, insegura, tremendo, disse que iria. Lembro que, sozinha, na primeira vez, além de ir até o lugar, a noite, entrei no escuro, sentei naquele carro olhando aquele...

Desisti de ser mulher.

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Eu desisti de ser mulher por tantas e tantas razões mais que escreveria um livro de mil páginas. Obviamente o externo me mostra como uma e surpreendentemente ou metafisicamente meus espaços tenham ficado livres para que eu seja além do que se vê. Desisti de ser mulher e ser delicada. Desisti para ser inteligente e sagaz. Desisti para ser livre. Desisti de ser mulher para bordar minha vida com singeleza, chorar por conta dos hormônios contraventores e morrer de amor quando eu quisesse. Ou nunca mais quisesse. Desisti de ser mulher. Nenhuma androginia, apenas desisti de ser mulher. Desisti naquele dia que, sentada na carteira da escola, aos treza anos, um sangue quente molhou minha calça, a carteira e eu fiquei assustada, sem saber o que fazer direito.  Desisti também naquele dia que aquele rapaz com cara de santo que frequentava meu primeiro local de trabalho veio por trás  de mim e me agarrou, prendendo meus braços, eu com 17 anos e ele com seus trinta e poucos. ...

Sinal verde.

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Quando estou como passageira no carro não gosto de correr.  Fico com medo de velocidade, aperto o pé como se estivesse freando, num movimento automático que qualquer motorista ao meu lado percebe. Se estou no banco de trás fico sempre imaginando que a velocidade está mil vezes maior do que a que realmente está. Sou avessa a qualquer sinal de adrenalina. Não brinco em roda gigante por medo e acho iluminadas as pessoas que praticam esportes radicais ou conseguem se divertir em brinquedos também radicais nos parques de 'diversão'. Tomo susto com freadas bruscas e as vezes assusto sobremaneira alguns motoristas. Quando estou na direção , perco a paciência quando me percebo a 20, 30km, coisa normal nas vias principais da cidade onde moro. Comparo mesmo as vezes a uma procissão ou a uma fila de enterro a forma como os motoristas dirigem e excomungo até a ultima geração do ultimo da fila na minha frente, enquanto não consigo passar. Sempre saio em primeiro lugar quando o sem...

Provérbios 3, para nossos filhos.

1 Meu filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos, 2 pois eles prolongarão a sua vida por muitos anos e lhe darão prosperidade e paz. 3 Que o amor e a fidelidade jamais o abandonem; prenda-os ao redor do seu pescoço, escreva-os na tábua do seu coração. 4 Então você terá o favor de Deus e dos homens, e boa reputação. 5 Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; 6 reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas. 7 Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema ao Senhor e evite o mal. 8 Isso lhe dará saúde ao corpo e vigor aos ossos. 9 Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações; 10 os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho. 11 Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor nem se magoe com a sua repreensão, 12 pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de q...

Eu queria.

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'Eu queria tanta coisa que não sei nem por onde começar.  Queria ser bom em Krav Maga.  Bom mesmo, desses que andam na rua e alguém diz “Olha lá o Neto...ele é uma arma viva. Não mexe com ele”.  Eu andaria pelas ruas gingando levemente os quadris, como um Bruce Lee Israelense.  Aí entraria num shopping e teria um piano no atrium.  Um desses pianos de cauda encerados.  Eu sentaria e abriria a tampa, displicente.  Jogaria a franja para trás, num gesto que copiei do Dr. Rey.  Tocaria um Do, depois um Sol.  O segurança viria em minha direção porque ele acharia que é proibido qualquer um sentar e tocar o piano. Nem é, mas ele sofre de síndrome de pequenos poderes, então vem em minha direção com olhos de predador.  Quando está a uma jarda de distância (porque eu saberia quanto é uma jarda), me levanto lentamente e tasco-lhe um golpe de Krav Maga no pescoço.  Enquanto ele tenta recuperar o fôlego, estrebuchante no chão, eu sent...